quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Reportagem: "Os órgãos ambientais estão sofrendo uma pressão evidente da agenda desenvolvimentista".


A Área de Proteção Ambiental (APA) Guapimirim é um dos últimos redutos preservados da Baía de Guanabara. Localizada em Itaboraí, a integridade da unidade de conservação federal está em risco desde o anúncio de implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em 2007. Desde então, as muitas demandas do megaempreendimento da Petrobras entram em choque com a política socioambiental vigente no território.
Nessa entrevista, o biólogo Breno Herrera, chefe da APA Guapimirim, relembra todo o processo que condicionou a instalação do Comperj a uma série de contrapartidas ambientais que, até o momento, foram sistematicamente ignoradas pela empresa. A resistência do conselho gestor da APA, composto por representantes da academia e da sociedade civil, rendeu até o momento algumas retaliações, como o pedido de exoneração de Herrera levado a público em março deste ano, mas também rendeu vitórias, como o recuo da decisão.  A mais recente delas diz respeito à construção de um porto em São Gonçalo que vai evitar que a empresa use o rio Guaxindiba – que está dentro da APA – para transporte de equipamentos pesados. A dragagem necessária para viabilizar a hidrovia causaria um verdadeiro desastre ambiental. “A emissão da licença [do porto] foi autorizada pela Coordenação Estadual de Controle Ambiental, contudo a licença ainda não foi emitida porque a Petrobras deve assinar antes um Termo de Compromisso de Compensação Ambiental, documento que formaliza a obrigação da empresa em cumprir as condicionantes ambientais. Ou seja, a bola está com a Petrobras agora”.
Desde o início a APA Guapimirim foi contra a instalação do Comperj em Itaboraí. Gostaria que você relembrasse todo o processo.
No estudo de impacto ambiental do Comperj que, como qualquer documento do gênero, deveria conter alternativas locacionais para o empreendimento, permitindo que os órgãos ambientais verifiquem os locais menos impactantes, dedicou espaço mínimo ao tema: das 10 mil páginas do estudo, apenas 10 delas tratavam da questão. Então, na prática, Itaboraí foi selecionada automaticamente. E a escolha é muito infeliz. O município está cercado por unidades de conservação. Ao norte do Comperj, temos o Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos. Nessa região, os estudos têm previsto um aumento de chuva ácida por conta do regime de ventos que vai soprar na área do Comperj e das emissões atmosféricas do empreendimento. Ao sul do Comperj, temos a APA Guapimirim e a Estação Ecológica Guanabara, as últimas manchas de mangue bem conservadas da Baía de Guanabara. Os impactos são muito sérios. Por tudo isso, a APA Guapimirim se manifestou contra a localização do empreendimento, acompanhando a decisão de seu conselho gestor.
O que é o conselho gestor da APA?
É o fórum no qual o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ligado ao Ministério do Meio Ambiente] compartilha a gestão da unidade, no caso, com universidades, secretária municipal de Meio Ambiente e inclusive com representantes do setor pesqueiro, como, por exemplo, a Ahomar [Associação de Homens e Mulheres do Mar]. O conselho se manifestou contrário e, por conta disso, o Ministério Público Federal abriu uma ação civil pública que está em tramitação e questiona o licenciamento fracionado do Comperj e a localidade escolhida para sua construção. Apesar disso tudo, a licença foi emitida pelo Inea [Instituto Estadual do Ambiente] e daí se partiu para a definição de condicionantes ambientais. Ou seja, para que o Comperj comece a operar a empresa tem que cumprir essas condições.
E como está o cumprimento das condicionantes por parte da Petrobras?
Até o momento, irrisória. São condicionantes muito sérias e envolvem, por exemplo, o reflorestamento de uma área de 4,5 mil hectares de mata nativa a ser recuperada nas margens dos rios que passam pelo Comperj e vêm desaguar na APA Guapimirim. A título de comparação, o Parque Nacional da Tijuca tem cerca de quatro mil hectares, então estamos falando de uma área maior que tem que ser recuperada até que o Comperj entre em operação. Até o momento, nenhuma muda foi plantada. É um atraso injustificável no atendimento dessa condicionante

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Bio não... Diversidade sim...


Autor: Santiago
Fonte: Cartaz para a Semana da Biodiversidade, Porto Alegre (http://grafar.blogspot.com.br/2009/05/charge-santiago.html)

Essa charge possui uma estreita e íntima relação com o tema abordado por esse BLOG: a biodiversidade. Isso pode ser explicado vendo as falas dos personagens dessa charge e os quadros pendurados nas paredes cheios de cálculos matemáticos e estatísticos, evidenciando a intenção dessa empresa, isto é, a ampliação de sua produção e da sua lucratividade.  
Diante disso, percebemos a lógica capitalista, onde os recursos naturais são transformados em mercadorias e utilizados em favor de interesses capitalistas e acumulação de capital. 
Além disso, podemos colocar outra questão muito pertinente sobre o assunto, onde as empresas se apropriam da "Sustentabilidade" por modismo e, assim, acabam levantando uma uma bandeira que visa o equilíbrio entre os pilares desse conceito: economia, social e meio ambiente, somente para autopromoção e aumento de seus lucros, pois na realidade os seus objetivos são amplamente econômicos.  
  

A nova Biodiversidade



Autor: Desconhecido


Essa charge mostra o nosso modelo econômico, base de nosso padrão de civilização, na qual se pauta no superconsumo e na superprodução, resultando em grandes impactos ambientais no meio ambiente e, assim, trazendo implicações na qualidade de vida da população. 
Além disso, podemos apontar as divergências existentes entre a lógica de sobrevivência da população indígena e daquela imposta pelo Capitalismo, calcada no acúmulo e na geração de lucros.  

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Conceito de Biodiversidade

                                        (Fonte: http://www.colegioweb.com.br/geografia/a-biodiversidade.html)

A Biodiversidade é nada mais é do que a diversidade, ou a variedade, de formas de vida no planeta. Ou seja, a diversidade de espécies, genes, variedades, ecossistemas, gêneros e famílias. 
Enfim, podemos colocá-la, a grosso modo, como a variedade da natureza viva.